Saúde Mental Infantil
e Prevenção
As condições
psiquiátricas e comportamentais no paciente adulto
são, na maioria das vezes, condições
crônicas e de difícil tratamento, sendo o manejo
dos sintomas uma tarefa árdua para os profissionais
que trabalham com saúde mental. Famílias inteiras
sofrem com as dificuldades de seus entes queridos e comumente
o convívio familiar torna-se tão difícil
e estressante que lares são destruídos e relacionamentos
desfeitos. Atualmente um tema vem se destacando quando o
assunto é saúde mental: a prevenção
dos transtornos comportamentais.
Uma vez que grande parte desses
transtornos no adulto é uma continuação
evolutiva de sintomas que se iniciam ainda na infância
e na adolescência, a “prevenção”
através da promoção da saúde
mental infantil torna-se essencial nos dias atuais.
A maioria dos transtornos comportamentais
tem na sua origem a presença de fatores genéticos
e biológicos (impossíveis de serem modificados)
associados a componentes ambientais que funcionam como desencadeadores
desses transtornos. A diminuição desses fatores
ambientais estressantes poderia ajudar na promoção
da saúde mental e na “prevenção”
dessas condições comportamentais.
Neste sentido a escola exerce
função essencial neste “trabalho preventivo”
de promoção da saúde mental infantil.
Laços de amizade, confiança e respeito mútuo
formar-se-ão dentro do ambiente escolar e é
função de professores e educadores zelar pelo
bem estar e bom convívio social desses jovens. Assim
poderão apresentar serenidade e conforto para a aquisição
de conhecimentos durante suas vidas acadêmicas.
Além da redução
dos fatores ambientais estressantes, a identificação
precoce de diversos transtornos comportamentais na infância
e na adolescência, associado ao seu correto tratamento
pode também “proteger” esses jovens contra
outras condições que os afetariam na idade
adulta ou pelo menos minimizariam seus efeitos e diminuiria
seus prejuízos a longo prazo.
Como exemplos clássicos
de trabalho preventivo podemos relacionar o tratamento precoce
do transtorno desafiador opositivo (normalmente diagnosticado
entre os 6 e 10 anos de idade) que é considerado
por muitos autores como um antecedente evolutivo do transtorno
de conduta (diagnosticado entre os 12 e 15 anos de idade).
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
é outra condição que precocemente tratado
pode evitar sérios prejuízos acadêmicos
e sociais na idade adulta, além deste transtorno
possuir íntima relação com o uso de
drogas na adolescência. Treinamentos em habilidades
sociais com crianças tímidas, ansiosas ou
vítimas do comportamento bullying, são outros
exemplos de como a medicina do comportamento pode auxiliar
na prevenção de transtornos comportamentais.
Dr. Gustavo Teixeira